Portefólio da Mafalda

 

Esta competência foi selecionada, não só devido às avaliações que foram feitas, mas também tendo por base o fraco resultado na atividade da aula "Você sabe lidar com conflitos?", onde obtive uma pontuação medíocre.

 

"És demasiado bruta a falar"

 

Esta foi uma frase que ouvi vezes sem conta ao longo dos últimos anos em que trabalhei constantemente em grupo. Por vezes, não saber ouvir nem saber como reagir, levou a que investisse emocionalmente nos problemas e estes se tornassem num conflito.

 

De facto, muitas das vezes o que desencadeava esta reação emocional - em que falava de forma bruta - era o facto de me sentir negligenciada pelos meus colegas que não acreditavam nos meus conhecimentos e  recorriam constantemente aos professores para os validar. Os conflitos surgiram por isso mesmo, porque na maioria das vezes existiam perspectivas diferentes e, ambas as partes, não eram flexíveis e queriam estar sempre corretas. 

 

Ao longo deste semestre, e com uma alteração no grupo de trabalho, penso que melhorei a forma como falo e insisto nas minhas convicções. Isto deve-se ao facto de  trabalhar exclusicamente com uma pessoa que tem as mesmas prioridades e objetivos que eu; no fundo quer apresentar trabalhos e soluções corretas. Este aspecto faz com que seja mais fácil  para mim ouvir e aceitar perspectivas/ideias diferentes das minhas e mais difícil que se desencadeiem conflitos.

 

Todos estes conflitos interpessoais foram geridos por mim de forma diferente. Durante muito tempo tive uma atitude de passividade, evitando o assunto e nunca revelando o que realmente sentia. Com o passar do tempo acabei por ganhar mais confiança com o grupo de trabalho, e tendo os conhecimentos sobre gestão de conflitos bem presentes, tentei ao máximo geri-los de forma colaborativa pois penso ser a estratégia mais compensatória. 

 

Apesar de sentir que melhorei esta competência, dadas as circunstância em cima referidas, não deixei de traçar objetivos específicos dá mesma e acredito que foram parte integrante da minha melhoria.

 

Objectivos específicos:

 

• Encontrar um método que me faça acalmar sempre que não concordo com alguma coisa.

• Saber ouvir os outros sem interromper.

• Ser mais fléxivel quando apresento o meu ponto de vista.

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Para concretizar os objetivos que referi, recorri à pesquisa na internet de métodos de relaxamento e decidi que ia adotar novos hábitos:

 

Respirar fundo antes de falar;

Pedir permissão para falar (de modo a não interromper ninguém);

Avaliar o conflito e assegurar-me se vale ou não a pena dar a minha opinião.

 

 

Seguidamente apresento alguns dos conflitos do meu quotidiano que surgiram ao longo do semestre e explicarei a forma como agi relativamente aos mesmos.

 

Conflito: Discordância quanto à resposta do grupo face a uma atividade da aula.

Como agi: Após o porta-voz apresentar a resposta do grupo, fiz questão de esclarecer que a minha opinião não ia de encontro ao que foi dito.

Como deveria ter agido: Deveria ter aceitado a resposta que o grupo democraticamente selecionou.

 

Conflito: Discuti mais uma vez com o meu irmão sobre os diferentes cursos superiores que ambos frequentamos e os resultados que ambos obtemos.

Como agi: Exaltei-me e defendi o meu ponto de vista até ao fim, ou seja, tive uma atitude de competição que não foi a mais correcta.

Como deveria ter agido: Deveria ter respirado fundo, dizer que são perspectivas diferentes e que a dificuldade das coisas varia com as capacidades das pessoas. Seguidamente deveria dar por terminada a conversa e abandonar o local.

 

Conflito: Um carro impedia o corredor que dava acesso à saída do parque de estacionamento, por querer ficar com o lugar de um carro que estava com dificuldades em sair do lugar de estacionamento por falta de espaço. Isto criou uma fila e muitos condutores desagradados, incluíndo o meu namorado que conduzia o carro onde estava.

Como agi: Apesar de entender a revolta de todos os condutores mantive-me calma durante os minutos de espera. Sabia que não valia a pena entrar em conflito e que pressionar quem retirava o carro não iria ajudar.

Como deveria ter agido: Penso que reagi da maneira correcta mas sei que teve mais a ver com a situação em si (entendo que a pressão não ajuda quando conduzimos) do que com o desenvolvimento desta competência.

 

Conflito: O meu namorado alterou os planos que tinhamos feito e tive de almoçar sozinha.

Como agi: Exaltei-me sem necessidade visto que estava irritada com outros assuntos. 

Como deveria ter agido: Devia ter respirado fundo, falad calmamente e explicar o que me estava a deixar aborrecida.

 

Conflito: O maior conflito deste semestre já vinha do ano passado. Na realidade foi algo que se foi prolongando e que, de certo modo, foi tratado com uma atitude passiva até que as evidências eram demasiado óbvias para se continuar a ser permissivo e a não fazer nada sobre o assunto. O assunto prendia-se com o facto de um elemento do grupo não participar na elaboração dos trabalhos, e quando o fazia, demonstrava desrespeito pelos restantes elementos por não se empenhar minimamente dado saber que havia quem corrigisse e fizesse por si.

Como agi: Tendo em conta que era um conflito que envolvia mais pessoas, a forma como agi foi de encontro à reflexão que foi feita com o outro elemento do grupo envolvido. Esperamos pelo final de todas as apresentações para comunicar o nosso desagrado. Fizemo-lo de forma clara e calma e aceitamos as desculpas de forma educada.

Como deveria ter agido: Penso que agi da forma correta. Este conflito foi sendo refletido ao longo do semestre e a maneira de agir sobre ele foi planeada de modo a que não perturbasse a prestação do grupo até ao fim de todas as apresentações.

 

 

De referir que não pretendo prejudicar ninguém ao expôr este último conflito; no entanto, este foi de facto o maior conflito do semestre. No que diz respeito à elaboração dos trabalhos não surgiram quaisquer conflitos, como seria de esperar tendo em conta o histórico de semestres passados. Penso que isto se deve ao facto de serem  feitos por dois elementos com visões e objetivos muito parecidos que confiavam plenamente no trabalho um do outro.